Na fila

Saldo positivo, mas insuficiente

Em abril, Pelotas criou 35 novos postos de empregos, rompendo série negativa; RS é o segundo pior Estado, com mais de 2 mil vagas fechadas

Paulo Rossi -

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, divulgou na sexta-feira o saldo do mês de abril. Na mesma mão que o país, Pelotas apresentou crescimento. O Rio Grande do Sul foi o segundo pior estado, com grande retração. Embora o saldo no município seja positivo, de 35 admissões a mais que os desligamentos, o avanço ainda é considerado tímido, em uma situação que beira à estagnação. O alento é que, assim, rompeu-se a sequência negativa deste ano, que até aqui, apresenta o fechamento de 718 vagas formais na cidade.

Analisando os dados, Francisco Vargas, que é coordenador do Observatório Social do Trabalho, ligado ao Instituto de Filosofia, Sociologia, e Política da Universidade Federal de Pelotas, diz que o desempenho é insuficiente. A taxa, de 0,06% positiva, é baixa para suprir as necessidades do mercado local. Historicamente, o primeiro semestre tende a ser pior quanto à criação de emprego, mas este ano está bastante negativo. No mesmo período de 2018, o saldo era positivo de 525 vagas.

São diversos os motivos apontados por Vargas para o encolhimento. Um deles é o enfraquecimento do setor agroindustrial na região, que historicamente contrata bastante no início do ano. Além disso, a economia nacional ainda modesta, com decrescentes expectativas quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, acaba refletindo na conjuntura local.

Sine vê equilíbrio
Embora ainda não disponha dos saldos de abril, o coordenador da agência Sine/FGTas em Pelotas, Glauber Bürkle, diz que a percepção é de bastante movimento, mas há também muitas rescisões. As ações de maio como mês do emprego acabaram culminando em muitas procuras. "Eu fico otimista, mas também com o pé atrás", analisa.

No país, melhor abril desde 2013
Foram 129.601 vagas criadas, o melhor saldo para o mês de abril desde os 196.913 em 2013. Todos os setores pesquisados pelo Caged apresentaram crescimento geral no ano, com o setor de serviços puxando a fila, com mais de 66 mil vagas criadas. O setor de transformação abriu mais de 20 mil e a construção civil fecha o pódio com mais de 14 mil empregos.

Rio Grande do Sul é o segundo pior estado
Dos 27 estados, apenas quatro fecharam mais vagas do que abriram no último mês. Se São Paulo liderou o ranking de oportunidade, com mais de 50 mil vagas criadas, o Rio Grande do Sul foi o segundo pior, fechando 2.498 vagas, só ficando atrás dos 4.692 empregos formais fechados em Alagoas. Só no interior gaúcho, 3,1 mil vagas foram negativadas.

Confira outros dados
Pelotas em abril de 2019
2.153 admissões
2.118 desligamentos
Saldo de 35 vagas positivas
variação: 0,06%

Pelotas em 2019:
8.589 admissões
9.307 desligamentos
Saldo de 718 vagas negativas
Variação de -1,16%

Pelotas nos últimos 12 meses:
Total de admissões: 24.465
Total de desligamentos: 25.142
Saldo: 667 vagas negativas
Variação: -1,10%

Pelotas - Saldo do emprego formal por setor de atividade econômica entre janeiro e abril
Extrativa Mineral: -2 vagas
Indústria de transformação: -502 vagas
Serviços Industriais de utilidade pública: -18 vagas
Construção civil: 87 vagas
Comércio: -224 vagas
Serviços: -39 vagas
Administração pública: 1 vagas
Agropecuária, extrativismo vegetal, caça e pesca: -21 vagas
Total: -718 vagas

Pelotas - Série histórica
2002: 1.269
2003: 869
2004: 624
2005: 628
2006: 1.979
2007: 3.153
2008: 1.690
2009: 2.489
2010: 4.076
2011: 3.785
2012: 1.513
2013: 2.863
2014: 266
2015: (-2.943)
2016: (-1.771)
2017: (-632)
2018: (606)
2019: (-718)

Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)

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